22.2.11

Discurso de Obama no Cairo deu luz verde ao levante no mundo árabe

A quarta questão da qual vou tratar é a democracia.

Sei que tem havido muita controvérsia em torno da promoção da democracia nos últimos anos, e boa parte dessa controvérsia está ligada à guerra no Iraque. Então permitam que eu seja claro: nenhum sistema de governo pode ou deve ser imposto a um país por qualquer outro país.

Isso, entretanto, não diminui meu comprometimento com os governos que refletem a vontade de suas populações. Cada país dá vida a esse princípio à sua própria maneira, fundamentada nas tradições de seu próprio povo. A América não presume saber o que é melhor para todos, assim como não nos arrogaríamos o direito de escolher o resultado de uma eleição pacífica. Mas acredito inabalavelmente que todas as pessoas anseiam por certas coisas: a possibilidade de declarar o que você pensa e ter voz na maneira como é governado; a confiança no estado de direito e na justiça igual para todos; em um governo que é transparente e não rouba da população; na liberdade de viver como você escolhe viver. Essas não são apenas idéias americanas, são direitos humanos, e é por isso que nós os apoiaremos em todo lugar.

Não existe uma linha reta que conduza à realização dessa promessa. Mas uma coisa é clara: que os governos que protegem esses direitos são, em última instância, mais estáveis, bem sucedidos e seguros. Reprimir idéias nunca consegue fazer com que desapareçam. A América respeita o direito de todas as vozes pacíficas e respeitadoras das leis serem ouvidas em todo o mundo, mesmo que discordemos delas. E vamos saudar todos os governos eleitos e pacíficos, desde que governem com respeito por todas suas populações.

Este último ponto é importante, porque há alguns que advogam a democracia apenas quando não estão no poder; uma vez chegados ao poder, são implacáveis na repressão dos direitos dos outros. Não importa onda deite raízes, o governo do povo e pelo povo fixa um padrão único para todos os que detêm o poder: vocês precisam manter seu poder através do consentimento, não da coerção; precisam respeitar os direitos das minorias e participar com um espírito de tolerância e conciliação; precisam colocar os interesses de sua população e a operação legítima do processo político acima dos interesses de seu partido. Sem esses ingredientes, as eleições, por si sós, não fazem uma democracia verdadeira.

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